JOSÉ VICTOR MAGALHÃES FERREIRA
( Pará )
Poeta. Nasceu em Belém do Pará.
É bacharel em Direito, pela Faculdade de Belém (FABEL).
VII ANUÁRIO DA POESIA PARAENSE. Airton Souza organizador. Belém: Arca Editora, 2021. 221 p. ISBN 978-65-990875-5-4
Ex. Antonio Miranda
Boa noite
No fim, vou estar olhando para o céu,
Como quem procura o destino ou uma resposta.
No último suspiro, clamo em sentir o vento no meu rosto,
Para que a minha alma e ele sigam como um só,
Desejo vogar entre as nuvens,
E nadar até o espaço,
Viver uma relação íntima com o infinito,
Contar segredos ao escuro, com a certeza,
De que pertenço ao tudo e nada.
Fenecer e por acidente viver,
Sentir o privilégio da aflição,
Me afogar e relaxar.
Fazer parte de um ser novo, de novo,
O barulho pausa, a cabeça pesa, o peito aperta.
Voar no mar, sem os pés no chão,
Entre o céu e inferno, Fico submerso,
Existindo apenas na minha consciência,
Que já fica inconsciente.
Debruçado nessa visão,
O sufoco me desperta antes do ápice,
Sinto os pés inúteis pela primeira vez,
E a cabeça molhada,
Dizendo tudo o que preciso saber.
Mesa
Éramos quatro, no alto entusiasmado, pasmo,
Prostrados sob o delírio da carne,
Exibindo ternura, de forma nua,
Contemplando a inspiração com respiração,
Aquecendo vossos delírios,
Em afagos e afeição,
Ébrios, temulentos,
Arrebatados pelo ápice, presente,
Avulso ao que se faz necessário para existir.
Quase vital, fugir, impossível andar,
Pesos, elos, correntes, segredos,
Alvedrio, anelo, doce deleite,
E carrasca lucidez.
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Página publicada em março de 2022
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